A avaliação de funcionários pode estar com os dias contados
Chegou o fim de mais um ano. Tempo de festas, presentes e celebrações. Dentro das empresas esse é o período destinado avaliar o desempenho dos funcionários nos últimos 12 meses.
O método mais comum é criar questionários que relacionam os objetivos da empresa à conduta dos funcionários.
Geralmente, os critérios de avaliação consistem em indicadores que devem ser assinalados com alternativas, como “atende às expectativas”, “atende amplamente às expectativas” ou ainda “não atende às expectativas”.
Esse sistema tradicional há muito tempo é questionado por gestores e funcionários. Muitos acreditam que essa forma de avaliação é burocrática e subjetiva. Há também os que creem que os formulários são rasos para avaliar efetivamente a atuação de uma pessoa.
Esses questionários podem até ser úteis para pequenos negócios, mas para empresas complexas e que possuem funcionários que têm cada vez mais responsabilidades e flexibilidade, esse é método é defasado.
Apesar das críticas, esse jogo de perguntas e respostas ainda é uma das principais ferramentas para criar rankings, definir o valor do bônus ou premiar funcionários que mais se destacam.
Companhias internacionais como a Netflix e a Microsoft, por exemplo, optaram por eliminar essas avaliações tradicionais e estão utilizando outros métodos.
O principal deles é conhecido como ‘feedback’ constante, palavra em inglês que não tem uma tradução precisa, mas que pode ser definida como uma resposta, opinião ou parecer sobre o trabalho de alguém.
No Brasil, uma pesquisa feita Great Places to Work apontou que 87% das empresas mais bem avaliadas para se trabalhar fazem algum tipo de avaliação de desempenho e 58% dos funcionários das companhias mais bem posicionadas no ranking da instituição receberam mais de três feedbacks por ano.
O estudo também conclui que quanto maior o número de feedbacks, mais alto é o índice de confiança do funcionário com a empresa.
Para começar a mudar a mentalidade dentro das empresas é fundamental questionar os conceitos de desempenho e produtividade.
Um dos principais problemas com a metodologia tradicional de avaliação é que ela foi criada para avaliar os funcionários de indústrias e, posteriormente, foi adaptada para as demais empresas.
Por isso, elas geralmente priorizam a quantidade produzida e não levam em consideração a qualidade e a complexidade do trabalho. As empresas precisam sair da era industrial e ir para a digital nesse quesito.
Um estudo realizado em 2012, nos Estados Unidos, divulgado pela consultoria McKinsey, mostrou que apenas uma minoria, entre 10 e 20%, obtêm um desempenho fora do comum e que realmente faz diferença dentro das empresas.
Algumas empresas optam por identificar quem são esses grandes talentos e oferecem gordos salários e diversos benefícios para retê-los. Mas essa estratégia pode gerar riscos.
Funcionários em cargos similares, mas com remunerações e vantagens diferentes, costumam se sentir desmotivados, o que gera o efeito oposto: queda de produtividade.
Por isso muitas empresas, como a americana GE, estão simplesmente abolindo as métricas de desempenho, além de outros critérios de classificação, como os rankings. O foco deixa de ser nos indivíduos e passa ser nas equipes.
As metas anuais continuam sendo importantes, mas os feedbacks frequentes e os treinamentos são a base para elevar a produtividade dos funcionários.
Nas últimas décadas, a coleta e o processamento de dados se tornaram fundamentais para qualquer negócio.
Esses softwares são usados para diversas funções. Uma das mais comuns é entender melhor o perfil dos clientes.
Mas poucas empresas utilizam o potencial dessas novas tecnologias para a gestão de pessoas. Coletar informações e gerar análises são os caminhos para entender como os funcionários e equipes trabalham. Por meio dessas ferramentas é possível entender quais aspectos precisam de mais atenção por parte dos gestores.
Algumas das novas plataformas que estão surgindo no mercado utilizam crowdsourcing, ou a colaboração coletiva, para gerar informações mais precisas sobre o desempenho de cada funcionário.
Por meio de aplicativos, supervisores, colegas de trabalho e clientes podem avaliar um indivíduo e adicionar comentários ou críticas.
Todas as informações são coletadas e registradas em tempo real, o que pode gerar um riquíssimo material para um feedback preciso ou para um treinamento pontual.
Além disso, essas ferramentas ajudam a automatizar diversos processos de avaliação, o que economiza tempo tanto dos gestores quanto dos funcionários.
Esses softwares também ajudam a diferenciar quais são os funcionários que fazem parte daqueles 10% ou 20% que têm um desempenho fora da média. Da mesma forma, é possível identificar também aqueles que ficam para trás.
Atrelar desempenho a compensações financeiras se tornou uma prática rotineira nas empresas.
O procedimento parece lógico, uma vez que quem tem melhores resultados merece uma recompensa, por outro é uma forma simples de calcular remunerações ou bônus.
Mas o que acontece de fato são comparações injustas entre funcionários com níveis de habilidades e capacidades diferentes.
Uma prática muito comum e mais efetiva que algumas empresas de tecnologia adotaram é remunerar funcionários com ações da empresa. O que faz com que eles se sintam proprietários do negócio e, com isso, mais motivados a alcançar resultados.
Grande parte dos especialistas em recursos humanos apontam outro caminho para melhorar a produtividade dos funcionários. Eles acreditam que autonomia e propósito são os maiores motivadores num ambiente de trabalho.
O desempenho dos funcionários costuma aumentar à medida que eles recebem projetos mais importantes e se sentem ativos dentro da empresa.
Pode parecer conselho de livro de autoajuda, mas não é. A ideia é focar menos em remunerações e realmente inspirar os funcionários. Em outras palavras, é preciso desburocratizar e humanizar as avaliações de desempenho.
Diário do Comércio
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Marketplace ajuda a ampliar canais de venda mesmo sem e-commerce
Se você precisa comprar cinco produtos em diferentes tipos de estabelecimento, qual a primeira opção de lugar que vem a sua mente? "É muito grande a chance de a resposta ser visitar um shopping center." A pergunta hipotética e a resposta do presidente do Mercado Livre, Helisson Lemos, tenta explicar como o comportamento tem se estendido ao mundo virtual e vem reforçando a procura do consumidor por marketplaces. No Brasil, trata-se de uma área em expansão, seguindo a tendência de outros grandes mercados mundiais de comércio eletrônico, como Estados Unidos e China. Portanto, para quem pensa em expandir suas vendas na web, é sempre bom avaliar as oportunidades e vantagens de participar de um desses espaços que concentram um extenso portfólio de produtos com um grande número de acesso de internautas.
O marketplace é considerado como um dos três fatores que impulsionam o e-commerce no Brasil. Os outros dois envolvem a mobilidade, que gera cada vez mais oportunidades de negócios e já responde por 20% das vendas on-line, e o próprio comportamento do consumidor brasileiro, um dos mais ávidos em todo o mundo quando se trata de mundo digital.
Se todas as projeções se confirmarem, o comércio eletrônico vai manter seu ritmo de expansão nos próximos anos. Segundo o E-Marketer, serão 50 milhões de e-consumidores no País em 2019, e com mais participação dos marketplaces nesse universo. Um estudo da McKinsey mostra que no Brasil essa ferramenta respondia no ano passado por 20% de US$ 4 bilhões em transações on-line. Mas, se o Brasil seguir os passos de outros grandes mercados – e tudo indica que seguirá – este porcentual deverá crescer significativamente. Nos Estados Unidos, os marketplaces concentraram 33% de US$ 115 bilhões em transações e na China chegaram a 90% de US$ 506 bilhões em vendas.
As semelhanças com shoppings não ocorrem à toa. Nos marketplaces, estão diariamente milhares ou até mesmo milhões de pessoas, dependendo do porte de cada um, buscando um produto. Como ocorre no caso de um administrador de shopping, está a cargo desses espaços virtuais os investimentos em marketing, o esforço em gerar mais tráfego e a exposição das marcas. Em geral, existem regras e formatos para os anúncios e há modelos de negócios diferentes, mas, em boa parte, envolvem um porcentual a ser pago por cada venda realizada.
"O marketplace é a solução ideal para quem quer aumentar suas vendas e sabe que o investimento para atrair compradores deve ser inferior ao aumento de vendas", afirma Lemos. Há vários desafios para quem deseja ampliar suas vendas on-line, e a mobilidade é um deles. "O mobile marketing é muito importante, mas sua dinâmica é muito mais complexa do que montar um site de e-commerce. São vários sistemas operacionais de dispositivos móveis e diferentes formas de gerenciamento desses aplicativos", ressalta.
Nesse aspecto, observa o presidente do Mercado Livre, pode se contar mais um ponto para os marketplaces, que, em sua maioria, já são "móveis". Ou seja, levam os produtos de seus associados para as telas dos celulares e tablets sem que o vendedor tenha de investir no desenvolvimento e monitoramento de aplicativos.
Carlos Curioni, presidente da Elo7, concorda que os marketplaces têm como um do seus pontos fortes a possibilidade de expansão dos negócios dos varejistas com investimentos e custos fixos mais baixos. E oferecem essas oportunidades mesmo a quem não possui o seu próprio site de e-commerce. "Em geral, a porta de entrada do varejo no digital são as redes sociais. A segunda pode ser justamente o marketplace", comenta.
A Elo7 é parte de uma transformação do mercado de marketplaces no País que permitiu o surgimento de oportunidades de negócios a partir de iniciativas mais segmentadas. Com oito anos, o marketplace Elo7 é especializado em produtos artesanais, autorais e criativos. E se tornou uma referência para esse público, reunindo atualmente mais de 70 mil vendedores, 3,5 milhões de produtos cadastrados e aproximadamente 20 milhões de visitantes mensais. A previsão de Curioni é de que neste ano o universo de lojistas reunidos no Elo7 movimente cerca de R$ 450 milhões. O modelo de negócios da empresa prevê uma comissão de 12% para cada venda realizada.
Para permitir mais aderência ao mundo digital, o Elo7 passou a oferecer plataforma de e-commerce para os interessados em montar o seu site. "Nós procuramos desenvolver um sistema simples que permite ao varejista postar seus produtos com facilidade, como se estivesse colocando um post no Facebook", diz o executivo.
O mercado brasileiro também desenvolveu o seu próprio fenômeno e um dos impulsionadores da oferta de marketplaces foi o Mercado Livre. Atualmente, ele figura como o oitavo site mais visitado em toda a internet brasileira. "Cerca de 40% do tráfego da web no País passa pelo Mercado Livre, são mais de 46 milhões de visitantes mensais", ressalta Lemos. Ele calcula que cerca de 150 mil pessoas, levando em conta dois colaboradores por empreendimento, estão envolvidas nas vendas do site.
A proposta do Mercado Livre mudou com o tempo e a empresa passou a se posicionar como uma empresa de tecnologia com soluções completas de e-commerce. Para isso, montou um ecossistema diversificado, que reúne a oferta de sistemas de pagamento (gratuita dentro do site), via Mercado Pago, de soluções de logística, via Mercado Envios, e até plataformas de gestão (ERP), via KPL, a única aquisição realizada pela empresa.
"Nós acreditamos que os benefícios do marketplace devem ir além da demanda on-line. Por isso, nosso ecossistema permite a integração de soluções que vão proporcionar itens desejados pelos vendedores, como exposição da marca, baixo investimento acesso a dispositivos móveis, a sistemas de pagamento e tecnológicos e até a logística", observa Lemos.
A exemplo do que acontece em outros países, há cerca de dois anos o mercado brasileiro de e-commerce viu ampliar a oferta de marketplaces criados por grandes gigantes mundiais e nacionais do varejo. Entram nessa parada para disputar fortemente esse mercado grupos como Walmart, Magazine Luiza, CNova (do grupo Casino), ao lado de outros que já têm uma longa presença nessa área, como a B2W (Submarino, Americanas e ShopTime).
É bom lembrar que essa é uma tendência mundial que ganha cada vez mais força. A Amazon, por exemplo, tem cerca de 80% de sua oferta proveniente de marketplace e a gigante chinesa de comércio eletrônico Alibaba conta com mais de 7 milhões de lojistas cadastrados.
Essa foi uma forma encontrada pelas empresas para ampliar a oferta de produtos, atrair mais consumidores a seus sites, sem terem de arcar com o alto custo de estoque e de logística", analisa Curioni. Mas isso não quer dizer que não haja algumas resistências a esse processo. "Há uma grande diferença entre os marketplaces puros, ou seja, aqueles que têm como foco promover o encontro virtual dos consumidores com os seus vendedores, e os que têm a sua própria oferta de produtos concorrendo com a de terceiros. Para mim, isso representa um conflito de interesses", questiona o executivo do Mercado Livre.
Alheia a esta polêmica, a Sun House, tradicional empresa de móveis de qualidade e design contemporâneo, decidiu combinar a oferta de seus produtos em três marketplaces: o B2W, o CNova e o Walmart. E tem obtido bons resultados nesse mix. Em agosto, por exemplo, 23% dos seus negócios on-line vieram do marketplace. Em setembro, este porcentual subiu para 33% e, em outubro, para 40%.
Com duas lojas físicas criadas há mais de duas décadas, a Sun House partiu para a oferta digital há quatro anos, dos quais um pouco mais de um ano com a participação ativa em marketplaces. Segundo Ilan Calderón, diretor de marketing, a opção por participar desse shopping virtual começou a ser tomada quando ele percebeu que os investimentos em publicidade digital realizados pela companhia já não estavam mais compensando.
"Há dois anos, pagávamos R$ 0,30 por clique no Adwords, do Google. Como é um leilão e cresceu muito o número de players nesse período, passamos a pagar R$ 1,50", afirma o executivo. No esquema atual, ele paga comissões aos marketplaces que variam entre 13% e 16% por venda.
Calderon, por sua vez, não concorda com as afirmações de que o negócio on-line pode ser iniciado em um marketplace. Na avaliação dele, a experiência da empresa com seu próprio site de e-commerce é fundamental, inclusive, para aproveitar melhor os benefícios oferecidos pelo próprio marketplace. Sem isso, acredita Calderon, há riscos para o varejista ao não entender exatamente como funciona o comércio eletrônico, que, em último caso, pode até levá-lo a ser expulso de um marketplace.
Ele também considera muito importante analisar bem como está se desenvolvendo o perfil do marketplace para ter certeza de que continua em sintonia com seu negócio. No seu caso, por exemplo, ele começa a sentir que o seu tipo de produto pode não estar mais no auge do interesse de marketplaces com os quais trabalha. Mas, em todo caso, já negocia um novo espaço, desta vez com a rede Magazine Luiza.
Portal Varejista
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Rede cria cartão de crédito que permite pagamento por selfie e biometria
A nova tecnologia poderá ser usada em qualquer cartão Mastercard, de crédito, débito ou pré-pago e é voltada tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Além do Brasil, a solução também estará disponível do México, ampliando para 16 o total de países com acesso à tecnologia voltada ao e-commerce, incluindo Estados Unidos, Canadá e mercados da Europa. A bandeira de cartões não abre o número de usuários já adeptos à plataforma nem o potencial de abrangência no Brasil.
A expectativa da Mastercard, de acordo com Valério Murta, vice-presidente de Produtos e Soluções Brasil e Cone Sul, é ter um projeto piloto com algum banco no País no início do próximo ano. Isso porque os emissores de cartões têm de ajustar suas plataformas para, então, disponibilizar a tecnologia ao consumidor final.
"Muitos consumidores deixam de efetuar compras na internet porque esquecem suas senhas. A substituição por biometria ou selfie pode estimular uma maior autentificação de transações além de ser mais ágil e mais segura", explica Murta, em entrevista ao Broadcast.
Segundo ele, a tecnologia pode ser ainda um maior impulsionador de vendas para o varejo em um cenário de retração em meio à crise no País. No acumulado do ano até setembro, as vendas do varejo restrito, que não incluem material de construção, acumulam retração de 6,5%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além disso, a nova solução pode trazer uma segurança a mais aos consumidores. Pesquisa feita pela Mastercard, divulgada hoje e antecipada ao Broadcast, mostra que embora esse seja o tema de maior atenção dos brasileiros, 61% raramente, ou nunca, mudam suas senhas. Contribui também, conforme Murta, o fato de a maioria (91%) dos entrevistados terem preocupação com roubo ou vazamento de informações financeiras e, por isso, acreditarem que os cinco minutos necessários para configurar novas tecnologias valem o tempo e o esforço.
Até mesmo porque quase metade (44%) dos brasileiros considera que a proteção de suas informações financeiras é algo tão complexo quanto aprender a fazer uma cirurgia no cérebro. "Nove em cada dez brasileiros (90%) estão dispostos a tomar medidas para incorporar as novas tecnologias de pagamentos, como biometria, aplicativos digitais ou meios de pagamento sem contato (contactless) e confiam que as soluções digitais móveis protegem suas informações financeiras", destaca o vice-presidente da Mastercard.
A pesquisa da Mastercard foi feita, pela primeira vez, em seis países e ouviu mil pessoas, com idade acima de 18 anos, em cada um deles, durante os meses de junho e julho deste ano. Além de Brasil, também Chile, Colômbia, Estados Unidos, Canadá e México. O nível de confiança da pesquisa é de 95%, com probabilidade de erro de 1,5% para cima ou para baixo
Estadão Conteúdo
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Comércio de Campo Grande fecha acordo salarial e estabelece horário especial de Natal
Comerciantes e comerciários de Campo Grande chegaram a um acordo e fecharam a Convenção Coletiva de Trabalho no fim da tarde dessa quarta-feira (30). Com isso, ficou estabelecido o horário especial de abertura do setor nesse período de final de ano e reajuste salarial para a categoria. O piso salarial terá reajuste de 8,5%. Para empregados em geral e caixa, o salário passa para R$ 1.091,00; para comissionados, a garantia mínima de R$ 1.210,00; auxiliar de comércio terá piso de R$ 977,00 e office boy e serviços em geral, R$ 955,00. Para os demais salários o índice de reajuste será de 6,8%, a partir de 1º de novembro, data base das categorias.
A convenção foi fechada entre os sindicatos patronal e laboral do comércio de Campo Grande, que estabelece o horário especial de funcionamento do comércio da Capital para este fim de ano, além de determinar os feriados de 2017 em que as lojas poderão abrir.
A negociação entre o Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande, Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul e Sindicato do Comércio Varejista de Campo Grande contou com a intervenção do superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE/MS), Dr. Vladimir Benedito Struck. “Por fim, conseguimos chegar a um bom termo para ambas as partes”, avalia o presidente da Fecomércio MS, Edison Araújo, que esteve acompanhado do assessor sindical da entidade, Fernando Camilo.
Idelmar da Mota Lima, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande, disse que a diretoria da entidade ficou satisfeita com o resultado, uma vez que além da dificuldade de estabelecer pisos que recuperassem as perdas para a inflação acumulada nos 12 meses que antecederam a data base, a negociação esbarrava também na tentativa de se retirar o direito adquirido dos empregados, na convenção anterior, do vale refeição. Esses dois itens foram mantidos, “ou seja, as perdas salariais foram recuperadas e os trabalhadores têm agora a opção de receber o vale refeição ou vale transporte para ser utilizado no intervalo intrajornada”, explica Idelmar.
Para o superintendente do MTE/MS, a convenção foi realizada de forma positiva e responsável e atendeu a ambos os lados. "Todos entenderam a situação econômica pela qual passa o País, de que os interesses estão entrelaçados e que neste momento é preciso união. Foi um bom acordo para trabalhadores e empresários, sem conflitos e sem perdas de direitos", afirma Vladimir Struck.
HORÁRIO ESPECIAL – Conforme acordado, o horário de funcionamento do mês de dezembro será ampliado até as 20 horas a partir da próxima segunda-feira, 05; passando a 22 horas de 12 a 16 e de 19 a 23 de dezembro. Nos domingos, 11 e 18 de dezembro, o comércio das ruas funcionará das 9h às 18 horas. Para o dia 24 de dezembro, véspera de Natal, o horário limite de funcionamento do comércio em geral será às 18 horas e para shoppings das 9h às 19 horas. Na véspera de Ano Novo, 31 de dezembro, o comércio em geral funcionará até as 16 horas e nos shoppings o atendimento será até as 18 horas.
Quantos aos feriados, excetuando Natal, Ano Novo, Sexta-feira da Paixão, Dia do Trabalhado e Finados, o funcionamento será facultativo, mediante comunicação do sindicato laboral com antecedência de 48 horas. Para pagamento de horas extras, foi pactuado pagamento de 65% para as duas primeiras horas e, caso seja necessário avançar, serão pagos 95%.
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Como gerenciar fornecedores na era digital
Nenhuma empresa funciona sozinha. Todas precisam de parceiros, consultorias ou de fornecedores. Por mais independente que uma organização possa ser é impossível trabalhar sem ao menos os fornecedores de produtos e serviços. Precisamos deles para comprar materiais de trabalho, fazer uma reforma, deixar a casa em ordem. Fazer o controle de toda essa operação é algo trabalhoso, mas extremamente necessário.
Sempre somos surpreendidos com perguntas como: Estamos sendo atendidos com qualidade? Os produtos comprados são exatamente os mesmos que chegaram em nossas filiais? Os valores e as datas conferem com o que foi combinado? Isso pode ser relativamente simples de controlar se estivermos pensando em pequenas empresas, mas para organizações que possuem diversas filiais e que trabalham com centenas, até mesmo milhares de colaboradores, parece impossível conseguir manter esse controle de qualidade em apenas um local.
Já vi isso acontecer em mais de uma companhia: na sede, todo o trabalho feito com os fornecedores acontece sem problemas, tudo chega no prazo, com preço e qualidade conforme combinados. Mas para as filiais que ficam mais distantes dos grandes centros, a realidade fica mais complicada. Nem todos os fornecedores da sede conseguem atender localidades distantes, os prazos de entrega acabam ficando mais flexíveis e muitas vezes é preciso contratar fornecedores diferentes para cada região. Se já era difícil controlar um fornecedor, imagina quando passam a ser cinco ou mais.
Claro, é sempre possível (e necessário) ter essa organização por filial, mas para garantir que todas estejam sendo atendidas com a mesma qualidade e rendimento eu acredito que a unificação desse controle seja a solução. E a melhor maneira para fazer isso sem dores de cabeça, informações desencontradas ou gastos desnecessários é investir em tecnologia.
Já encontramos no mercado soluções construídas para otimizar a administração e execução de ordens de serviço e gestão de terceirizados. As melhores soluções desse tipo foram desenvolvidas não apenas para ser um checklist a ser consultado pelos administradores, mas possuem funções estratégicas que permitem tanto o acompanhamento em tempo real dos trabalhos quanto a consulta e pesquisa de dados de meses ou anos anteriores. Essas soluções permitem tanto a visão macro quanto micro do setor. Por meio de dashboards com indicadores de desempenho e despachos automáticos inteligentes, por exemplo, essa tecnologia possibilita aumento na produtividade da empresa atrelada a redução de tempo ocioso e custos.
Algumas funções que são essenciais para conseguir realizar um gerenciamento quase infalível seria apostar na otimização do fluxo de trabalho e no monitoramento real-time das equipes de campo, tanto da própria empresa quanto terceirizadas. Isso deve se tornar um procedimento comum, necessário para melhorar os processos como um todo.
Ao reunir os dados e avaliações dos clientes sobre os serviços prestados por terceiros, o próprio software poderia se tornar uma fonte de indicações e contratações de serviços terceirizados. A lógica é simples: o software de gestão poderia enviar informações que não são confidenciais – como o tipo de serviço prestado e o feedback do cliente – para uma central, que passaria a funcionar como uma referência confiável para a contratação de serviços.
Ganha a empresa contratante, que passa a ter mais uma fonte de informações sobre os prestadores de serviço, e ganham os fornecedores, que com a realização de trabalhos de qualidade passam a se destacar no meio em que atuam. A ideia aqui seria criar uma comunidade semelhante ao sistema de transporte como Uber, só que para prestadores de serviços de uma grande empresa.
Esse tipo de solução já está disponível no mercado. Conheça a fundo as necessidades da sua empresa e pesquise qual seria a solução ideal para o seu negócio. Com o gerenciamento de forma digital é possível adaptar e organizar as maiores demandas sem dificuldades, diminuindo tarefas e aumentando a produtividade.
Luciano Sandoval – Diretor Comercial e Marketing da MC1 – multinacional brasileira com foco em processos e inteligência de negócios utilizando a mobilidade como plataforma tecnológica. Presente em mais de 20 países com soluções de gestão de equipes de campo para vendas, trade marketing e serviços.
Portal Administradores
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Taxa básica de juros tem segunda queda consecutiva e fica em 13,75% ao ano
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nessa quarta-feira (30) uma nova redução dos juros básicos da economia (Selic), de 0,25% ponto percentual. A taxa, que estava em 14% ao ano, caiu para 13,75% ao ano. A decisão foi unânime.
No mês passado, o comitê também reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual, a primeira queda em quatro anos.
De acordo com comunicado divulgado pelo BC após a reunião, “a inflação recente mostrou-se mais favorável que o esperado, em parte em decorrência de quedas de preços de alimentos, mas também com sinais de desinflação mais difundida”.
O Copom destaca ainda, entre outros fatores, que as projeções para a inflação de 2016, nos cenários de referência e mercado, recuaram e se encontram em torno de 6,6%. As projeções para 2017, nos cenários de referência e mercado, situam-se em torno de 4,4% e 4,7%, respectivamente. Para 2018, as projeções encontram-se em torno de 3,6% e 4,6%, nos cenários de referência e mercado, respectivamente. Além disso, na visão do comitê, os passos no processo de aprovação das reformas fiscais têm sido positivos até o momento.
Principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação, a taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Quando o Copom aumenta a taxa, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação. Quando mantém a taxa, o Copom considera que ajustes anteriores foram suficientes para alcançar o objetivo de controlar a inflação.
No Relatório de Inflação, divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estima que o IPCA encerre 2016 em 7,3%. O mercado financeiro já estima um índice menor. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, a inflação oficial fechará o ano em 6,8%.
Agência Brasil
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Setor produtivo reúne-se com BB para tratar de recursos disponíveis do FCO
O setor produtivo de Mato Grosso do Sul, representado pela Fiems, Fecomércio-MS, Famasul e Faems, reúne-se, nesta quinta-feira (01/12), às 8h30, no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande (MS), com representantes do Banco do Brasil para tratar sobre os recursos ainda disponíveis do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste).
A reunião terá a presença dos presidentes Sérgio Longen (Fiems), Edison Araújo (Fecomércio-MS), Mauricio Saito (Famasul) e Alfredo Zamlutti (Faems), bem como do superintendente do Banco do Brasil, Glaucio Zanettin Fernandes, e de empresários dos setores industrial, comercial e agropecuário.
Ainda durante a reunião, serão apresentados o balanço do FCO em 2016 no Estado, as linhas de capital de giro disponíveis pelo Banco do Brasil e as alterações dos procedimentos para a contratação do Fundo no próximo ano. O FCO é um recurso garantido constitucionalmente e neste ano o valor destinado a Mato Grosso do Sul foi de R$ 1,36 bilhão.
Serviço – O Edifício Casa da Indústria fica na Avenida Afonso Pena, 1.206, Bairro Amambaí, em Campo Grande (MS).
Fiems
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Na Capital de MS, endividamento continua em queda e atinge 55,9% das famílias
A PEIC (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), desenvolvida pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), aponta que o índice de famílias com contas parceladas na Capital reduziu, passando de 58,1% em outubro para 55,9% em novembro.
Já o indicador de inadimplência, que considera a razão entre inadimplentes e o número de endividados, aumentou de 30,01% para 31,3%.
“Este crescimento no indicador de inadimplência não é motivo para preocupação, porque este índice não necessariamente está relacionado ao aumento de pessoas que não terão condições de pagar suas dividas”, explica o presidente do Instituto de Pesquisa da Fecomércio MS, Edison Araújo.
Os compromissos no cartão de crédito continuam sendo a principal fonte de endividamento, mencionados por 66% dos consumidores, seguidos dos carnês (26,8%).
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Falta de vagas de estacionamento prejudica comércio do Centro de Campo Grande
Pesquisa da Fecomércio aponta que mais da metade dos que procuram uma vaga de parquímetro na região central não consegue estacionar.
Os estacionamentos rotativos com uso do parquímetro, no Centro de Campo Grande, não têm sido suficientes para a movimentação diária de pessoas. É o que aponta pesquisa realizada pela Fecomércio-MS, através do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Fecomércio (IPF), no início de novembro. De acordo com o estudo, cerca de 50% dos procuram uma vaga na região diariamente, não conseguem estacionar.
O levantamento foi feito com clientes, empresários e funcionários, considerando o perímetro que compreende a Av. Mato Grosso, Av. Afonso Pena, as Ruas Calógeras, 14 de Julho, 13 de Maio, Maracajú, Antônio Maria Coelho, Dom Aquino, Marechal Rondon e Barão do Rio Branco.
Nessa área, o fluxo diário é de 5.250 potenciais clientes utilizando carro. A oferta de vagas de parquímetro é de 1.277, descontando cerca de 800 vagas utilizadas por funcionários. A rotatividade média dessas vagas é de duas vezes ao dia.
“A disponibilidade de estacionamento é algo importante para o lojista, pois influencia diretamente no consumo. O cliente que vai ao Centro de carro e não encontra vaga para estacionar, não compra. E se ele deixa de comprar o comércio perde”, pondera o presidente da Fecomércio-MS, Edison de Araújo.
Ele explica que o estudo foi realizado pela instituição porque é a partir de pequenas estratégias, como a garantia de vagas para estacionar, que se fideliza o cliente. E o tema ganha maior relevância agora, nas proximidades do Natal, quando o número de consumidores cresce consideravelmente.
Conforme outra pesquisa da Fecomércio, divulgada no final de novembro, 70% dos consumidores que irão às compras de Natal em Campo Grande, preferem a região central. A estimativa é de que a data movimente cerca de R$ 43 milhões no comércio local.
Mais de 80% dos funcionários admitiram que os clientes já reclamaram do estacionamento rotativo com o uso do parquímetro, principalmente no quesito falta de vagas e do preço em desconformidade com a segurança. Uma das formas de tentar amenizar a reclamação é a oferta de vagas em estacionamento próprio ou conveniado, porém apenas 12,24% desses funcionários relataram que as lojas possuem estacionamento próprio ou conveniado para os clientes.
“Incentivar que os funcionários utilizem outros estacionamentos que não os da frente ou dos arredores da loja, não só neste período, como no ano todo, pode ser uma iniciativa para ´descongestionar´ as vagas e absorver melhor o consumidor que ainda busca as vantagens e benefícios da região central. Isso com certeza fará diferença nas vendas, seja no Natal ou em qualquer outra época do ano”, sugere Edison Araújo.
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O regime tributário pode salvar ou quebrar sua empresa
O regime tributário pode salvar ou quebrar sua empresa
A opção pelo regime tributário precisa ser feita com cuidado pelo empresário porque a legislação não permite mudanças ao longo do ano-calendário.
Uma escolha infeliz pode comprometer a saúde financeira da empresa ao impedir a compensação de créditos ou sujeitá-la a alíquotas mais elevadas.
São basicamente três regimes tributários previstos no Brasil: Lucro Real, Presumido e Simples Nacional.
Existe ainda a opção para empreendedores que desejam entrar na formalidade se tornando um Microempreendedor Individual (MEI), desde que não faturem acima de R$ 60 mil ao ano.
Optar entre um regime ou outro é um exercício que vai além da simples análise das alíquotas tributárias.
Uma empresa do Lucro Real deduz 9,25% de Pis e Cofins sobre o faturamento, enquanto a alíquota desses impostos para uma empresa do Lucro Presumido é de 3,65%.
Porém, o Lucro Real permite às empresas descontarem, por meio de crédito, os valores do Pis e Cofins aplicados sobre insumos usados ao longo da cadeia produtiva.
Já as empresas do Lucro Presumido, embora estejam submetidas a uma alíquota de Pis/Cofins menor, não geram créditos que possam ser compensados mais à frente.
Ou seja, o cálculo do Pis e da Cofins precisa ser considerado na escolha do regime tributário. Mas é preciso ir além, segundo Marcia Ruiz Alcazar, vice-presidente do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRC-SP).
Ela afirma ser necessário conhecer o perfil fiscal dos fornecedores e clientes antes de optar pelo regime tributário mais adequado.
“É importante saber onde estão os fornecedores. Vale lembrar que existem mais de 20 leis diferente para o ICMS, que mudam de acordo com o Estado”, disse Marcia em palestra realizada na quarta-feira (23/11), durante o Conselho do Setor de Serviços da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Segundo Marcia, de uma maneira geral, o Simples Nacional é a melhor opção para o comércio e a indústria. Já para empresas do setor de serviços, a vantagem é relativa.
A folha de pagamento desempenha um papel de extrema importância para as empresas de serviços no processo de escolha do regime tributário.
O Simples Nacional costuma ser vantajoso para empresas que têm grandes gastos com folha de pessoal. Mas não é uma regra.
Como a tributação dentro do regime simplificado varia conforme a atividade da empresa e seu faturamento, é preciso analisar caso a caso.
Por exemplo, uma empresa de serviço que fatura até R$ 3,6 milhões ao ano, e que realiza uma atividade que a possibilite seguir as alíquotas do Anexo 3 do Simples, estará sujeita a uma alíquota de 17,42% sobre o faturamento.
Essa mesma empresa, se optasse pelo Lucro Presumido, seria tributada em 18,22% e, caso escolhesse o Lucro Real, a alíquota seria de 18,77%.
Porém, se o tipo de serviço prestado por essa empresa a colocar no Anexo 6 do Simples, esse regime deixa de ser interessante. A alíquota, nesse caso, seria de 22,45%, tornando o Lucro Presumido e o Real mais atraentes.
“O Anexo 6 do Simples é impeditivo, ruim praticamente em todas as comparações. Ela foi vendida pelo governo como um benefício, já que neste anexo foram incluídas diversas atividades que não podiam optar pelo Simples Nacional. Mas na realidade não beneficia ninguém”, disse a vice-presidente do CRC-SP.
TETO
Vale lembrar que há condicionantes para se enquadrar no Simples Nacional. Além da atividade da empresa, há um teto para o faturamento, hoje limitado em R$ 3,6 milhões ao ano.
Quem supera esse valor terá de escolher entre Lucro Real e o Presumido. Nesse caso de impedimento ao regime simplificado, para uma empresa do comércio, Marcia diz que quando as despesas ou custos representarem mais de 80% das receitas, o Lucro Real tende a ser mais vantajoso.
Para as indústrias impedidas de optar pelo Simples, o Lucro Real só serámais interessante do que o Presumido caso as despesas ou custos superem 74% das receitas.
Já para as empresas de Serviços, quando o Simples Nacional não for uma escolha boa ou possível, o Lucro Real só é mais vantajoso que o Presumido quando as despesas/custos ultrapassarem 60% das receitas.
Com o ano chegando ao fim, é o momento de o empresário se debruçar sobre os números da empresa e escolher o regime tributário que melhor atende às suas necessidades. E neste ano, há mais um elemento que precisa ser considerado quando dessa opção: a crise econômica, diz Márcio Massao Shimomoto, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo (Sescon-SP).
A crise afeta as margens das empresas, têm reflexo sobre os seus mercados de consumo, o que leva o empresário a analisar nos produtos, que possuem tributação distintas dependendo do regime adotado.
“É fundamental que o empresário realize um amplo trabalho juntamente com seu assessor contábil, estudando os números, fazendo uma radiografia do negócio, realizando comparativos e simulações, antes de optar pelo regime ideal, pois a opção não pode ser alterada em todo o ano-calendário”, diz Shimomoto.
O regime tributário pode salvar ou quebrar sua empresa
Fonte: Diário do Comércio
A opção pelo regime tributário precisa ser feita com cuidado pelo empresário porque a legislação não permite mudanças ao longo do ano-calendário.
Uma escolha infeliz pode comprometer a saúde financeira da empresa ao impedir a compensação de créditos ou sujeitá-la a alíquotas mais elevadas.
São basicamente três regimes tributários previstos no Brasil: Lucro Real, Presumido e Simples Nacional.
Existe ainda a opção para empreendedores que desejam entrar na formalidade se tornando um Microempreendedor Individual (MEI), desde que não faturem acima de R$ 60 mil ao ano.
Optar entre um regime ou outro é um exercício que vai além da simples análise das alíquotas tributárias.
Uma empresa do Lucro Real deduz 9,25% de Pis e Cofins sobre o faturamento, enquanto a alíquota desses impostos para uma empresa do Lucro Presumido é de 3,65%.
Porém, o Lucro Real permite às empresas descontarem, por meio de crédito, os valores do Pis e Cofins aplicados sobre insumos usados ao longo da cadeia produtiva.
Já as empresas do Lucro Presumido, embora estejam submetidas a uma alíquota de Pis/Cofins menor, não geram créditos que possam ser compensados mais à frente.
Ou seja, o cálculo do Pis e da Cofins precisa ser considerado na escolha do regime tributário. Mas é preciso ir além, segundo Marcia Ruiz Alcazar, vice-presidente do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRC-SP).
Ela afirma ser necessário conhecer o perfil fiscal dos fornecedores e clientes antes de optar pelo regime tributário mais adequado.
“É importante saber onde estão os fornecedores. Vale lembrar que existem mais de 20 leis diferente para o ICMS, que mudam de acordo com o Estado”, disse Marcia em palestra realizada na quarta-feira (23/11), durante o Conselho do Setor de Serviços da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Segundo Marcia, de uma maneira geral, o Simples Nacional é a melhor opção para o comércio e a indústria. Já para empresas do setor de serviços, a vantagem é relativa.
A folha de pagamento desempenha um papel de extrema importância para as empresas de serviços no processo de escolha do regime tributário.
O Simples Nacional costuma ser vantajoso para empresas que têm grandes gastos com folha de pessoal. Mas não é uma regra.
Como a tributação dentro do regime simplificado varia conforme a atividade da empresa e seu faturamento, é preciso analisar caso a caso.
Por exemplo, uma empresa de serviço que fatura até R$ 3,6 milhões ao ano, e que realiza uma atividade que a possibilite seguir as alíquotas do Anexo 3 do Simples, estará sujeita a uma alíquota de 17,42% sobre o faturamento.
Essa mesma empresa, se optasse pelo Lucro Presumido, seria tributada em 18,22% e, caso escolhesse o Lucro Real, a alíquota seria de 18,77%.
Porém, se o tipo de serviço prestado por essa empresa a colocar no Anexo 6 do Simples, esse regime deixa de ser interessante. A alíquota, nesse caso, seria de 22,45%, tornando o Lucro Presumido e o Real mais atraentes.
“O Anexo 6 do Simples é impeditivo, ruim praticamente em todas as comparações. Ela foi vendida pelo governo como um benefício, já que neste anexo foram incluídas diversas atividades que não podiam optar pelo Simples Nacional. Mas na realidade não beneficia ninguém”, disse a vice-presidente do CRC-SP.
TETO
Vale lembrar que há condicionantes para se enquadrar no Simples Nacional. Além da atividade da empresa, há um teto para o faturamento, hoje limitado em R$ 3,6 milhões ao ano.
Quem supera esse valor terá de escolher entre Lucro Real e o Presumido. Nesse caso de impedimento ao regime simplificado, para uma empresa do comércio, Marcia diz que quando as despesas ou custos representarem mais de 80% das receitas, o Lucro Real tende a ser mais vantajoso.
Para as indústrias impedidas de optar pelo Simples, o Lucro Real só serámais interessante do que o Presumido caso as despesas ou custos superem 74% das receitas.
Já para as empresas de Serviços, quando o Simples Nacional não for uma escolha boa ou possível, o Lucro Real só é mais vantajoso que o Presumido quando as despesas/custos ultrapassarem 60% das receitas.
Com o ano chegando ao fim, é o momento de o empresário se debruçar sobre os números da empresa e escolher o regime tributário que melhor atende às suas necessidades. E neste ano, há mais um elemento que precisa ser considerado quando dessa opção: a crise econômica, diz Márcio Massao Shimomoto, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo (Sescon-SP).
A crise afeta as margens das empresas, têm reflexo sobre os seus mercados de consumo, o que leva o empresário a analisar nos produtos, que possuem tributação distintas dependendo do regime adotado.
“É fundamental que o empresário realize um amplo trabalho juntamente com seu assessor contábil, estudando os números, fazendo uma radiografia do negócio, realizando comparativos e simulações, antes de optar pelo regime ideal, pois a opção não pode ser alterada em todo o ano-calendário”, diz Shimomoto.
Diário do Comércio
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