Nove em cada dez empresários do turismo vão ampliar os investimentos este ano
Para 81% do mercado pesquisado, a expectativa é de crescimento, amparado pela perspectiva de retomada do crescimento econômico e aumento no número de brasileiros viajando pelo Brasil. Ainda segundo o estudo, 14% dos entrevistados acreditam na estabilidade e apenas 5% na redução do mercado. A pesquisa ouviu representantes das 80 maiores empresas de turismo do país.
“Os resultados comprovam que o turismo é uma atividade com grande potencial para colaborar com a melhoria do cenário econômico do país nesse momento delicado. No Ministério do Turismo, estamos trabalhando arduamente para proporcionar o melhor ambiente de negócios para a atração de investimentos no setor”, afirmou o ministro do Turismo, Marx Beltrão. Na última semana, o MTur lançou o Brasil + Turismo, um pacote com medidas para desburocratização do setor e geração de emprego e renda através do Turismo.
Em um cenário de altas taxas de desemprego, a boa notícia é que o mercado de trabalho deverá apresentar um leve crescimento de 0,2% com alta nos segmentos de organizadora de eventos (4,7%), agências de viagens (2,3%) e transporte aéreo (1%). Dentro desse cenário, o Ministério do Turismo acaba de lançar a plataforma tecnológica de aprendizado à distância “Brasil Braços Abertos”, com oferta de 80 horas de aulas online. As inscrições para 2017 já estão abertas e poderão ser feitas até 30 de setembro. O aluno poderá realizar o curso por meio de celular, tablet ou notebook e contará com videoaulas e jogos educativos. Os interessados podem acessar a plataforma pelo endereço brasilbracosabertos.turismo.gov.br. As aulas podem ser iniciadas logo após a inscrição e devem ser concluídas até o dia 30 de dezembro.
RESULTADOS 2016 – No ano passado, os segmentos pesquisados registram um pequeno crescimento de 0,3%. Os melhores resultados de faturamento foram observados nas empresas organizadoras de eventos (18,6%), locadora de automóveis (6,2%), meios de hospedagem (5,1%). Em relação ao quadro de pessoal foi registrada uma queda de 5,9%. As maiores reduções foram observadas nas agências de viagens (17,8%) e operadoras de turismo (11,2%).
Ministério do Turismo
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Copom sinaliza que juros podem cair para 8,5% ao ano
A evolução da conjuntura econômica brasileira já permite intensificar mais o ritmo de flexibilização monetária – ou seja, cortes maiores na taxa de juros. A afirmação consta da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje (18), em Brasília, pelo Banco Central. Na semana passada, o juro foi cortado em 1 ponto percentual, caindo para 11,25% ao ano.
Segundo a ata, o cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus supõe, entre outras hipóteses, taxas de câmbio de R$ 3,23 e R$ 3,37 ao final de 2017 e 2018, respectivamente, e taxas de juros de 8,5% ao ano ao final dos dois anos.
Membros do comitê argumentaram, entretanto, que, dado o caráter prospectivo da condução da política monetária e a continuidade das incertezas e dos fatores de risco que ainda pairam sobre a economia, a decisão foi pela manutenção do ritmo observado na reunião – redução de 1 ponto percentual.
“O Copom ressalta que o ritmo de flexibilização monetária dependerá da extensão do ciclo pretendido e do grau de sua antecipação, que, por sua vez, dependerá da evolução da atividade econômica, dos demais fatores de risco mencionados acima e das projeções e expectativas de inflação”, diz a ata.
Agência Brasil
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O que os economistas esperam para o varejo em 2017
Historicamente, o crescimento do varejo brasileiro foi superior à evolução do PIB (Produto Interno Bruto, indicador que expressa a soma das riquezas do país).
No período de 2000 a 2016, por exemplo, o PIB cresceu em média 2,6% e o varejo, 3,8%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A relação direta entre esses dois indicadores continuou existindo desde o início da crise econômica. A diferença é que os números passaram para o campo negativo.
No ano passado, a retração do PIB foi de 3,6%. Mas o tombo das vendas do varejo foi ainda maior, de 6,2%. Um ano antes, em 2015, a atividade econômica contraiu 3,8% e o varejo encolheu 4,2%.
Em um ano em que as perspectivas para a economia são melhores, já que as instituições financeiras projetam alta de 0,41% para a atividade econômica, o que pode acontecer com o varejo?
A resposta à essa pergunta não é unânime, já que o assunto divide os economistas ouvidos pelo Diário do Comércio.
Para Fábio Silveira, sócio-diretor da MacroSector, o crescimento do varejo será nulo este ano e, desta forma, mais fraco do que o desempenho do PIB, para o qual a consultoria projeta elevação de 0,30%.
“O setor está se ajustando ao novo momento da economia. Enquanto a indústria dá sinais de recuperação, o comércio está demitindo, pois ainda sofre os efeitos da inadimplência e do desemprego, e isso deve se estender para todo este ano”, diz.
Para Rodolfo Margato, economista do banco Santander, PIB e varejo já deverão ter desempenhos positivos e semelhantes em 2017. Segundo ele, o PIB deve crescer 0,70% e as vendas do comércio, 0,80%.
Ele lembra que, nos últimos meses, o índice de inflação teve uma variação menor do que a esperada pelo mercado, o que é na verdade uma surpresa positiva.
"No ano passado, a massa real de salários encolheu 3,5%, mas já indica estabilidade este ano. Dados do Caged, do Ministério do Trabalho, também mostram uma menor destruição de postos de trabalho”, diz.
Para Emilio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a recuperação, ainda que lenta, da indústria e da agricultura (em torno de 0,5%) deve levar o indicador que mede a atividade ecônomica como um todo para o campo positivo neste ano. Quanto ao varejo, diz, ainda é cedo para fazer qualquer projeção positiva.
Até a metade deste ano, a ACSP projeta uma queda de cerca de 3% para as vendas, considerando o período acumulado de 12 meses.
“As vendas só devem reagir com a redução nos juros e a melhora da confiança do consumidor, que está estabilizada, mas ainda no campo do pessimismo”, diz Alfieri.
Para Ulisses Gamboa, economista da ACSP, inflação e juros em queda não serão suficientes para o consumidor voltar às compras. Apesar disso, são bons indicadores para facilitar a renegociação de dívidas.
“Se o consumidor consegue quitar parte dos débitos e o desemprego para de subir, a confiança e as expectativas podem melhorar, estimulando o consumo. Mas isso não é para já”, diz.
Ele também afirma que o recurso sacado das contas inativas do FGTS deve funcionar como agrado para os comerciantes. "Mas a maior parte desse dinheiro será usada para pagar dívidas."
QUANDO A ECONOMIA CRESCIA
Os economistas dizem que o varejo teve desempenho superior ao crescimento do PIB por quase duas décadas porque a política monetária favorecia a expansão do crédito e o endividamento das famílias.
Por dez anos, até 2014, dirigentes de grandes redes de varejo viveram uma década de ouro, devido ao expressivo crescimento das empresas do setor.
“Os consumidores eram estimulados a comprar porque tinham acesso ao crédito, e prazos mais longos para pagar. Em certo período, era possível comprar um veículo e parcelar o pagamento em até 84 meses”, diz Alfieri.
Hoje, os indicadores macroeconômicos não favorecem o consumo como naquele período. Os juros continuam elevados, o crédito está escasso e o desemprego não para de subir – a taxa atual é de 12,6%.
Indicadores que medem a confiança do consumidor, apontados pelos economistas como sinalizadores decisivos para a retomada do varejo, estão em patamares muito baixos.
Pesquisa da ACSP/ Ipsos revela que, em março, 56% dos consumidores se sentiam inseguros no emprego e 66% disseram que não pretendiam comprar eletrodomésticos nos próximos seis meses.
O dado faz parte do Índice Nacional de Confiança (INC), que varia de zero a 200 pontos, e registrou 71 pontos em março, abaixo do registrado em fevereiro (74 pontos) e inferior ao de março de 2016 (73 pontos). Quando a pontuação está abaixo de 100, o consumidor está pessimista. Quando oscila de 100 a 200 pontos, otimista.
O desempenho do varejo continua negativo neste início de 2017. No primeiro bimestre, as vendas do comércio restrito caíram 2,2% em relação a igual período do ano anterior e 5,4% em 12 meses, de acordo com o IBGE.
O ponto positivo é que as quedas nas vendas estão diminuindo. No acumulado de 12 meses até dezembro de 2016, a retração atingiu 6,2% e até janeiro deste ano, 5,5%.
Apesar disso, alguns setores tiveram desempenho positivo. Em fevereiro, as vendas do setor de vestuário, tecidos e calçados subiram 3,6% em relação a igual período do ano passado, um sinal de que o pior momento da crise já passou.
Os últimos dados do varejo, divulgados pelo IBGE, levaram a Confederação Nacional do Comércio (CNC) a rever a projeção para as vendas do setor neste ano – de um crescimento de 1,2% para 1,5%.
Para Fábio Bentes, economista da entidade, a queda da inflação e o início do processo de queda dos juros começaram a produzir algum efeito positivo em setores mais dependentes de crédito.
Mesmo que o varejo saia do campo negativo para o positivo e termine este ano com crescimento, ainda vai levar tempo para que os lojistas atinjam os patamares de vendas que tinham antes da crise.
"Não adianta ficar esperando por condições macroeconômicas para tocar o negócio. Enquanto os juros não diminuírem mais e a confiança do consumidor ainda rodar abaixo de 100 pontos, o comerciante não verá dias melhores", diz Alfieri.
De acordo com ele, o lojista terá mesmo de adotar medidas microeconômicas para sobreviver pelo menos até o fim deste ano. Isto quer dizer, olhar para dentro da empresa, prestar atenção no cliente e nos produtos que oferece. Enfim, buscar eficiência.
Diário do Comércio
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Abertura de empresas cresceu 20% em 2016
A região Sudeste foi responsável por metade das empresas abertas no último ano, enquanto o Norte, último colocado no ranking, registrou o maior crescimento (42%), seguido por Nordeste (28%) e Sul (22%).
O levantamento leva em consideração segmentos EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada), EPP (Empresas Pequeno Porte), LTDA (Sociedade limitada), ME (Microempresa), MEI (Microempreendedor individual), e S.A (Sociedade Anônima).
Fenacon
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CNC promove seminário sobre os impactos da economia colaborativa
O Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), realiza no dia 17 de abril o seminário Impactos da “Economia Colaborativa” – Hospedagem, na sede da CNC, no centro do Rio. O seminário poder ser assistido também por vídeoconferência na sede da Fecomércio, em Campo Grande, a partir das 12h.
Empresas da chamada “economia colaborativa”, como Uber, AirBnb, Windu, HomeAway, entre outras, estão cada vez mais presentes na rotina de viajantes de todo o mundo. No entanto, o crescimento desses novos serviços envolve questões sobre a justa concorrência para empresas de turismo e hospitalidade.
Como funcionam esses novos serviços de turismo por plataformas, como as empresas hoteleiras e os destinos turísticos estão se adaptando e encontrando soluções para as situações criadas? Como regular esse novo modelo de negócio para uma concorrência equilibrada? Qual a estratégia a ser desenvolvida pelos formuladores da política pública para fomentar a inovação no turismo nacional? O seminário Impactos da “Economia Colaborativa” – Hospedagem pretende debater essas e outras questões.
O encontro reunirá diversos especialistas no setor para debater as questões de regulamentação e tributação dos serviços de turismo por plataformas. Participarão do evento representantes do Ministério do Turismo, do Ministério da Ciência e Tecnologia, do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil, da Associação Brasileira de Resorts, do Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro, entre outros.
A Fecomércio fica na Rua Almirante Barroso, 52 – Bairro Amambai
CNC
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Economia do Brasil cresce 1,3% em fevereiro, diz Banco Central
A economia brasileira voltou a crescer. Nas contas do Banco Central, a expansão foi de 1,3% em fevereiro. A previsão dos analistas para o Índice de Atividade Econômica da autoridade monetária (IBC-Br), divulgado na manhã desta segunda-feira pela autarquia era uma alta de 0,6%.
ICB-Br
O IBC-Br foi criado pelo BC para ser uma referência do comportamento da atividade econômica que sirva para orientar a política de controle da inflação pelo Comitê de Política Monetária (Copom), uma vez que o dado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) é divulgado pelo IBGE com defasagem em torno de três meses. Tanto o IBC-Br quanto o PIB são indicadores que medem a atividade econômica, mas têm diferenças na metodologia.
O indicador do BC leva em conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (indústria, agropecuária e serviços).
Já o PIB é calculado pelo IBGE a partir da soma dos bens e serviços produzidos na economia. Pelo lado da produção, considera-se a agropecuária, a indústria, os serviços, além dos impostos. Já pelo lado da demanda, são computados dados do consumo das famílias, consumo do governo.
Época Negócios
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Voluntariado corporativo aumenta envolvimento de funcionário, diz estudo
Vinculado tradicionalmente à imagem de pessoas que doam seu tempo para beneficiar a sociedade, o trabalho voluntário pode ser eficiente também para as companhias que o promovem, aponta o primeiro grande levantamento sobre voluntariado corporativo no País.
Segundo o estudo, feito pelo Bank of America Merrill Lynch (BofA) e pela consultoria Santo Caos com 828 trabalhadores de 80 companhias, funcionários que participam de programas de adesão voluntária organizados por empresas têm índice de engajamento 16% maior do que os que não participam desse tipo de atividade.
"É um ganho de produtividade que não se pode ignorar", destaca Thiago Fernandes, responsável pela área social e de governança do BofA na América Latina. No banco, 30% a 40% dos funcionários participam de trabalhos voluntários.
Na pesquisa, o engajamento foi medido após os entrevistados responderem um questionário em que afirmavam quão envolvidos eram com o dia a dia da empresa em termos de conscientização (conhecimento de valores e práticas da companhia), compromisso, pertencimento, orgulho e compartilhamento (divulgação das ações da empresa).
Na tentativa de integrar os funcionários, a superintendente de operações do Itaú, Adriana Gouveia, adotou uma medida diferente neste ano: em vez de levá-los, como costumava fazer, para um fim de semana em um resort, propôs ao grupo um trabalho voluntário – reformar uma brinquedoteca e plantar uma horta.
Mais da metade da equipe, de 730 pessoas, aderiu à proposta (55%) e o resultado, segundo à executiva, foi bastante superior ao do passeio em um hotel. "A criação de sentimento de time foi muito maior que em outros eventos. O senso de pertencimento à empresa melhorou muito."
Com um objetivo único e comum durante o trabalho voluntário, os funcionários acabam desenvolvendo melhor o espírito de equipe, acrescenta Adriana, que, para levar seu time à horta e à brinquedoteca, teve a ajuda de Anna Carolina Bruschetta, coordenadora de assessoria de voluntariado da Fundação Itaú Social.
Segundo Anna Carolina, integrar as equipes não é a meta das ações de voluntariado, mas, sim, consequência. "O objetivo primordial é se doar à comunidade. Caso contrário, não se torna legítimo."
A coordenadora da fundação diz que os trabalhadores que participam dos projetos se sentem mais motivados e alinhados aos valores da companhia – de acordo com a pesquisa do BofA, 21% dos participantes se dizem mais motivados. Na Telefônica, onde o programa de incentivo ao voluntariado tem 15 anos, 96% de 4,6 mil entrevistados dizem que as ações melhoraram o clima corporativo e 87% destacam que utilizam o que aprenderam nos projetos em seu dia a dia.
A analista de marketing da empresa Graziela Nardes, por exemplo, doou 15 dias de suas últimas férias para ir ao Equador ajudar na reconstrução de uma vila que havia sido destruída por um terremoto. Passagem, alimentação e organização do trabalho no país ficaram por conta da Telefônica.
"Aprendi a ajudar na mediação de conflitos e a trabalhar com pessoas que pensam diferente, mas têm um objetivo comum", conta.
O sócio da consultoria Santo Caos Jean Soldatelli destaca que ainda há dificuldades na promoção do voluntariado no ambiente corporativo. Segundo a pesquisa, 62% dos gestores consultados dizem ter problemas com os custos.
Do lado dos trabalhadores, 60% dos que não participam dos programas afirmam não ter tempo para as atividades.A superintendente do Itaú que levou suas equipes para reformarem uma brinquedoteca conta que, para contornar o problema do tempo, todas as reuniões necessárias para o desenvolvimento da ação voluntária foram feitas em horário de trabalho.
Revista PEGN
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As tendências do varejo para os próximos 5 anos
A mais longa e profunda recessão que se abateu sobre o país atingiu em cheio o varejo e mudou a forma de o brasileiro consumir. "Com a crise, parecia que o mundo ia acabar. Não acabou, mas se transformou", disse Márcia Sola, diretora de Varejo e Shopping do Ibope Inteligência.
No início do mês, a especialista apresentou a uma plateia de empresários do setor de comércio e serviços um estudo sobre a perspectiva do varejo para os próximos cinco anos. Durante o 2º Simpósio de Varejo e Shopping, realizado pela Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop) em Punta Del Este, no Uruguai, Márcia apontou as cinco principais tendências de consumo que devem se consolidar no varejo até 2022. Algumas delas, já em curso, foram captadas por lojistas, que estão se adaptando às mudanças para conquistar novos mercados.
Na opinião do presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, grande parte dos lojistas não captou essas tendências porque, nos últimos tempos, esteve ocupada em enfrentar os desafios do dia a dia. Com dois anos seguidos de crise e queda nas vendas, Sahyoun explicou que os empresários do setor – sobretudo os pequenos, que são a maioria nos shoppings – tiveram de correr atrás de capital de giro para fechar as contas do mês.
Em função dessa conjuntura complicada, os investimentos em novos segmentos foram deixados de lado pela maioria dos pequenos lojistas. No entanto, o presidente da Alshop acredita que há um potencial de mercado escondido nas tendências apontadas pelo estudo. "A crise mudou o comportamento do brasileiro na hora de ir às compras", observou a diretora do Ibope Inteligência, apontando para o avanço do consumo de produtos reciclados ou usados.
Quando a economia ia bem, lembrou a especialista, o consumo estava relacionado com artigos novos. Com a crise, o produto reciclado com cara de novo vem ganhando a cena, destacou. Enquanto o volume de vendas de mercadorias novas caiu 6,1% no ano passado, a maior retração da série iniciada em 2001, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vários sites e lojas físicas de produtos de segunda mão cresceram na faixa de dois dígitos.
Além do aperto no bolso, a venda de itens reciclados foi impulsionada por uma nova visão de mundo, isto é, de um consumo mais consciente. "Reciclar é uma tendência que veio para ficar", disse Márcia.
A segunda tendência identificada foi o avanço de consumidores com mais de 60 anos. Em 1997, essa faixa etária reunia 13 milhões de pessoas. Neste ano, 26 milhões; em cinco anos, serão 32 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, segundo a especialista. Esse público já representa 14% da população, detém 22% da renda e é a faixa etária que mais vai crescer nos próximos 20 anos. "O varejo trata mal esse consumidor, que tem dinheiro e tempo para gastá-lo", observou Márcia.
Como até hoje o comércio e a indústria estiveram voltados para o público jovem, salvo raras exceções, não existem produtos adequados para os que têm mais de 60 anos. "Eles querem mais do que planos de saúde e cruzeiros de navio, querem ser desafiados."
No polo oposto, a diretora do Ibope Inteligência ressaltou o avanço do mercado infantil como outra tendência ainda pouco explorada no Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, um terço das vendas da Target, a maior rede de lojas de departamento do país, é de itens para crianças.
Diferentemente do passado, as crianças são hoje o centro das famílias. "Elas influenciam a decisão de compra dos pais", afirmou Márcia. Parte dessa mudança, segundo ela, se deve ao fato de o pai e a mãe trabalharem muitas horas por dia e se sentirem culpados pela ausência.
Uma tendência importante identificada pelo estudo são os nichos de mercado. Hoje, por exemplo, mais da metade dos brasileiros (53%) está acima do peso e 18% são considerados obesos – o que significa um universo 34 milhões de pessoas. "O varejo não faz provavelmente nada com essa informação", alertou a especialista.
Por falta de produtos feitos sob medida para esses consumidores, muitos preferem comprar em sites internacionais. "O futuro é o mercado de nicho, o varejo especializado. O consumidor não quer nada adaptado."
A quinta tendência revelada pelo estudo – o bom atendimento – pode parecer óbvia, mas não é para muitos varejistas. Com o avanço do comércio eletrônico e das redes sociais, quando o consumidor vai a uma loja física, ele já tem muitas informações sobre o produto que deseja comprar. Por conta disso, espera algo a mais, isto é, ter uma boa experiência de compra. "O vendedor é o embaixador da marca e poucos lojistas estão preparados", finalizou a especialista.
Portal Varejista
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Crise passa longe do mercado eletrônico e vendas seguem crescendo
Segundo especialistas, inúmeros fatores ajudaram o e-commerce a passar pelos períodos mais agudos da crise de forma menos dolorosa: os preços oferecidos pelo varejo eletrônico continuaram sendo menores do que os do varejo físico e isso, em tempos de recessão, fez com que o consumidor encontrasse nas compras virtuais um meio de economizar.
Para Pedro Guasti, executivo da empresa e especialista na área, o bom momento do e-commerce no país é oportunidade para empreender, fugir do desemprego, e até mesmo garantir o futuro de uma empresa. Segundo ele, o comportamento da nova geração de consumidores, que preferem comprar pela internet, abrirá cada vez mais oportunidades na rede.
— Os jovens são um público crescente no setor de vendas online, especialmente pelo uso constante de smartphones e fácil acesso à internet — diz.
No Brasil, as áreas mais promissoras para o e-commerce estão concentradas nos setores de moda e acessórios, eletrodomésticos e eletrônicos, além de produtos alimentícios e personalizados.
— A tendência do momento é o setor de moda, em especial, acessórios, roupas e calçados — aponta.
Quarta revolução industrial
Para o gestor de empresas Júlio Correia Neto, compras por internet aumentam a cada ano por conta da comodidade.
— É mais prático comprar pela internet do que se expor nas ruas. Além disso, lojas virtuais tendem a ser mais baratas, já que os custos são reduzidos. Tem muito trânsito e violência hoje em dia. É uma tendência comprar pela internet e estamos vivenciando a 4°revolução industrial — garante.
— É de extrema importância que os empresários que mantêm presença apenas no mundo físico considerem a possibilidade do virtual o quanto antes, ou correrão o risco de ficarem defasados. A tendência é que estabelecimentos físicos diminuam. As pessoas vão procurar lojas físicas para consumo imediato e os estabelecimentos vão ser espaços de experimentação para os clientes — destaca Rodrigo Bandeira Santos, vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio eletrônico.
De acordo com ele, informações claras sobre o produto, forma de pagamento e prazo estipulado para entrega devem constar na descrição do site.
— É preciso um estudo aprofundado do mercado em que deseja investir e se diferenciar — conclui o gestor.
Há dez anos comprando pela internet, a assessora de imprensa da área gastronômica Aline Gomes, diz que os preços influenciam na compra online.
— São mais atrativos e a forma de pagamento muitas vezes é melhor que em lojas físicas. O fato de sempre ter dado certo, só me faz querer comprar cada vez mais pela internet. Minha mãe, que começou resistente, hoje compra bastante pelo digital. Meus irmãos, que são mais jovens, gostam de garimpar em sites internacionais.
Escolha do segmento
De olho em um público ativo nas redes sociais, a jovem empreendedora Verônica Vaz, de 29 anos, resolveu abrir sua própria loja virtual. Há cinco anos, junto com sua ex-namorada, criou o ‘The L Vibe’, sexshop voltado para o universo lésbico. Segundo ela, comprar este tipo de produto em lojas físicas era ruim e um pouco constrangedor, e os empreendimentos online do setor continham informações pobres.
Olhando alguns concorrentes online, vimos que eles apenas copiavam os textos dos fabricantes dos produtos. Nós fazemos questão de escrever uma novo texto para cada um dos nosso 100 itens do catálogo. Acho que isso faz diferença na hora da nossa consumidora escolher o produto. Além disso, eles possuem muitas opções e todas muito parecidas. Escolhemos trabalhar com um conjunto menor e melhor.
— Usei minha experiência de consumidora para abrir o negócio. Nossa base é a comunicação. Temos um chat online para tirar qualquer dúvida das clientes e a troca se dá de maneira bem orgânica. Elas ficam confortáveis e contam sobre suas vidas — declara a empresária, afirmando que a crise passou longe do seu negócio.
Extra
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Logística inteligente aumenta lucro da Riachuelo
A Riachuelo empreendeu, nos últimos três anos, uma mudança em seu centro de distribuição, que consumiu investimento de R$ 250 milhões. O projeto ficou pronto no último trimestre de 2016 e teve um efeito positivo no resultado da empresa, que divulgou lucro de R$ 252,4 milhões entre outubro e dezembro, salto de 60% ante o mesmo trimestre de 2015.
Além de agilizar o abastecimento das lojas físicas, o investimento na distribuição vai auxiliar uma nova empreitada da rede: o lançamento de seu e-commerce, no fim de abril. Segundo Flávio Rocha, presidente da Riachuelo, o novo conceito de distribuição exigiu uma mudança de mentalidade administrativa de todo o Grupo Guararapes.
"Antes, cada setor era premiado por seu próprio resultado. Agora, o que importa é o ganho na ponta, no varejo", explica.
Assim, todos os diferentes negócios do Guararapes – fábricas e empresas financeira e logística – passaram a se concentrar no que é melhor para as vendas.
"De que adianta eu aproveitar 100% de um caminhão se a loja fica sem produto?", questiona.
Uma das estrelas do novo centro de distribuição da Riachuelo, construído em Guarulhos, é um robô de 18 metros de altura que se movimenta a uma velocidade de 55 km por hora.
Totalmente automatizada, a estrutura permite o abastecimento unitário. Ou seja: o robô separa os pedidos, peça a peça, e não mais por grades de tamanho.
Assim, a loja só recebe o que precisa, evitando encalhes. "Vamos ter mais peças, em vez de uma grade enorme do mesmo item. Com mais opções de escolha, a chance de o cliente comprar é maior", ressalta Rocha.
As substituições de produtos nas lojas são definidas a partir da informação em tempo real do que está sendo vendido. A ideia é que os caminhões da rede visitem todas as unidades ao menos três vezes por semana. Esse sistema também guiará a produção industrial, que poderá redefinir suas prioridades a partir das peças que tiverem melhor aceitação.
A lógica de desenvolvimento da coleção muda totalmente, segundo Rocha, pois fica menos massificada.
"Assim como nossos concorrentes, sempre fizemos a coleção esperando que ela caísse no gosto das pessoas", diz o empresário.
"Agora, vamos poder adaptar a nossa produção à medida que acompanharmos o que estiver vendendo melhor e onde. E vamos produzir de forma direcionada."
ESTOQUES
No último trimestre de 2016, além da alta do lucro líquido, outras duas linhas do balanço da Riachuelo tiveram impacto da nova lógica de abastecimento.
As vendas em lojas abertas há mais de um ano tiveram alta de 3,3%. E a companhia conseguiu reduzir encalhes: os estoques caíram 11% em relação aos 12 meses anteriores.
O analista Guilherme Assis, do Banco Brasil Plural, afirmou que o resultado do grupo mostra um "bom trabalho em meio a um cenário macroeconômico muito desafiador".
"Olhando para o futuro, nós vemos espaço para contínua melhoria dos resultados, uma vez que a Guararapes tem acertado mais no design de suas coleções e também conseguiu melhorar a gestão de seus estoques", afirmou, em relatório.
Segundo o presidente da Riachuelo, os benefícios do novo modelo de distribuição devem continuar a aparecer no balanço, pois o novo sistema ainda não atingiu todas as lojas. "Estou otimista com o impacto a evolução dos resultados ao longo de 2017."
E-COMMERCE
A conclusão do centro de distribuição permitirá que a Riachuelo lance, no fim deste mês, sua plataforma de e-commerce – uma alternativa já oferecida por concorrentes como Marisa e Renner.
O site vai vender todos os produtos disponíveis em lojas e também algumas linhas de produtos adicionais, como tapetes e relógios.
Ao todo, serão mais de 15 mil itens, segundo o líder de e-commerce da Riachuelo, Jonas Ferreira. "Como o estoque vai ser integrado, o objetivo é reduzir a indisponibilidade de produtos para o consumidor no site, melhorando a experiência de compra."
O executivo, que já teve passagens por Pão de Açúcar, Carrefour e Pernambucanas, está desenvolvendo a estreia da Riachuelo no e-commerce há cerca de dois anos.
Apesar da distribuição ser compartilhada, Ferreira explica que haverá uma estrutura específica para as vendas pela internet, que custou R$ 28 milhões.
"Ofereceremos tanto a entrega direta quanto a opção de o cliente buscar seu produto nas lojas, que também vão servir como ponto para trocas e devoluções de mercadorias."
Diário do Comércio
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